Presidente Daniel Chapo é criticado por desviar atenção da educação em visita à Zambézia, diz porta-voz de Venâncio Mondlane
Durante sua recente visita ao distrito de Lugela, na província da Zambézia, o Presidente da República de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, enfrentou críticas severas por parte de Generoso Paulino, porta-voz da comissão política da cidade da Beira e Chefe do Gabinete Jurídico local.
Em entrevista à imprensa, Paulino expressou insatisfação com a abordagem do Presidente, alegando que ele se afastou da agenda oficial de lançamento do ano letivo de 2025 para tratar de temas que, segundo ele, não atendem às reais necessidades da população local.
Paulino classificou como "infeliz" a escolha do Presidente de discutir questões ligadas à construção civil, como o preço do cimento, em vez de focar em incentivos para a educação. "O Presidente foi à Zambézia para inaugurar o ano letivo de 2025, mas acabou discutindo sobre cimento. Como se lança um ano escolar falando de cimento?", questionou, demonstrando indignação.
Além da mudança de foco, Paulino apontou a falta de infraestrutura básica em Alto Lugela, onde a escola foi inaugurada, destacando que sequer há estabelecimentos comerciais para a venda de materiais de construção. "Falar de cimento em um local onde ele nem é comercializado é um desrespeito à inteligência da população", afirmou.
O porta-voz também mencionou as dificuldades enfrentadas pelos moradores para construir suas casas, uma vez que dependem das colheitas para conseguir recursos. Ele ressaltou que o preço do cimento na cidade de Mocuba gira em torno de 720 meticais, e que os custos de transporte até Lugela elevam o valor para 800 meticais ou mais, tornando a construção inacessível para a maioria das famílias.
Por fim, Paulino fez um apelo para que o Presidente Daniel Chapo tome medidas concretas para melhorar as condições de vida da população local. "O Presidente Chapo é jurista, assim como eu. No Direito, aprendemos que devemos agir de boa-fé. Espero que ele reflita sobre o que viu em Lugela e compreenda que a população precisa de ações concretas, e não apenas de promessas", concluiu.