Ainda não há um entendimento entre o Município de Maputo e os vendedores de inertes na Praça da Juventude. Os mais de 180 comerciantes expressam descontentamento com a decisão da edilidade, que recentemente anunciou que não irá disponibilizar mais espaço para as suas atividades.
Situação dos Vendedores
A situação dos vendedores de inertes na Praça da Juventude parece longe de ser resolvida. Nas últimas semanas, os comerciantes foram surpreendidos com a informação de que o espaço que lhes foi prometido pelo município para continuar a operar pode não ser disponibilizado.
Durante uma reunião realizada na semana passada, os vendedores foram informados de que o município não irá mais atribuir um local para as suas atividades, quebrando uma promessa feita há um ano, quando foi indicado um espaço nas proximidades.
Rogério Langa, representante dos vendedores que se estabeleceram no terreno baldio próximo à Praça da Juventude há quatro anos, questiona a forma como as autoridades municipais estão a lidar com a situação. “Eles apareceram, acho que foi na terça-feira, e disseram que aqui havia um projeto BRT e que teríamos de sair. Na última visita, mencionaram que deveríamos ocupar um espaço ao lado da mesquita. Ficamos surpresos ao ouvir que agora o Governo central afirmou que não há espaço para ninguém,” lamentou.
Respostas do Município
O Município de Maputo havia informado que o atraso na entrega do espaço estava a atrasar o projeto BRT, uma afirmação que os vendedores contestam. Eles afirmam que “estão a vender para qualquer pessoa, é um negócio. Conhecemos até os compradores. São cidadãos turcos que vêm sempre aqui. Eles afirmam ter uma parte cedida em 2000. Não acreditamos que haja projeto algum por aqui, exceto os negócios deles.”
Futuro dos Vendedores
Frustrados com a situação, os vendedores sentem que precisam se reinventar para garantir a sua sobrevivência. “Vamos tomar outra atitude e procurar outro espaço. Este Governo nunca arranjou espaço para ninguém. Se tivermos que vender na estrada, assim faremos. Não podemos aceitar morrer de fome,” disse Rogério Langa.
O jornal O País tentou obter mais informações junto ao Município de Maputo, que prometeu se pronunciar sobre o assunto nos próximos dias.